por Venerável Victor “tratador dourado” Vaughan
Esse especial foi produzido pela Marvel em 1982. Essa é uma história fechada criada por Stan “O cara” Lee e o desenhista canadense , John Byrne. Nela o Senhor Fantástico descobre uma forma de fazer o Surfista atravessar a barreira imposta por Galactus que o prende na Terra, criada pelo devorador de Mundos anos atrás como um castigo por ter sido traído por seu ex arauto.
Mephisto – criado por Stan Lee & John Buscema ♦ Surfista Prateado – criado por Jack Kirby
Nota-se o quanto incrível o intelecto de Reed Richards pode ser, quando não está ao lado do Homem de Ferro fazendo besteira por aí. Ainda bem que ele não meteu a colher elástica durante a saga Vingadores VS X-men, já basta o fiasco com o Clor, o clone do Thor…
Aproveitando a oportunidade única, o Surfista Prateado então parte imediatamente, cruzando o universo em direção à Zenn-La, seu antigo mundo natal. Para quem é apenas um garoto como o Moe e talvez não saiba, foi para salvar seu planeta, anos antes, que o então jovem Norrin Radd, sacrificou sua humanidade e seu amor em troca da sobrevivência de seu lar. Em um pacto com Galactus. Ao chegar em seu destino, é isso que nosso herói vê. Parece até certas áreas da Amazônia…
Através dos sobreviventes, ele descobre que Galactus retornou para o seu planeta após o Surfista ter traído-o para salvar a Terra. Em outras palavras, o gigante ficou magoadinho e resolveu se vingar. Olha só o sorriso de satisfação do infeliz. Não comeu a Terra, então resolveu devorar o que de mais precioso Norrin teria. E sorte do Surfista que Galactus não poderia tecnicamente “carcar” Shalla-Bal…
Mas essa história criada pelo velho Stan é de uma maldade gratuita (rs), desenvolvida com a única intensão de através de algum fetiche relacionado com o sadismo, infernizar a vida do nobre viajante cósmico. Dessa forma, descobrimos juntos com o Surfista, que Mephisto apareceu na festa em algum momento e sequestrou sua amada!
O Surfista Prateado segue um rastro deixado por Mephisto de volta à Terra, mais precisamente para a Latvéria (como ele consegue em um tempo mínimo ir de um lugar ao outro?) Simples, o Surfista usa o Bilhete Único, do Eduardo Paes. Ao chegar no país do Doutor Destino, aliás muito sacana do Mephisto se apropriar da casa de Von Doom para realizar esse “encontrinho”, aja visto que o mesmo tem uma antiga confusão com o ditador por manter a alma da mãe de Victor no Inferno. descobrimos que o chifrudão pretende fazer o mesmo com a amada do Surfista.
Então rola um UFC básico! Lógico que eu apostaria todas as minhas fichas no Wanderley Silva cromado!
Mephisto, vira a mesa, enviando a jovem de volta à Zenn-La. Já que o Surfista retornou para a Terra, ele está novamente preso a barreira que o impede de avançar para fora da atmosfera do nosso mundo. E de volta ao seu planeta, Shalla-Bal a medida que caminha, vai restaurando a vida por onde passa!
Obviamente essa não foi a primeira vez que os fãs da Casa das Idéias (na época, boas idéias), viram Shalla-Bal pela primeira vez, mas parece um pouco desapontador que ela continue viva e jovem, afinal isso acaba por fazer com que o leitor pressuponha que o Surfista não foi arauto de Galactus por muito tempo. Fora isso, não há problema nenhum com essa edição, muito pelo contrário.
Não fica claro se realmente o Devorador de Mundos destruiu o planeta em um ato mesquinho de vingança, o que de forma alguma define a criatura acima dessas paixões humanas que ele representa. Talvez ele tenha voltado para Zenn-La para se alimentar, lógico. É possível que o que tenha levado o gigante para lá seja o fato de se tratar do mundo com vida mais próximo que a criatura tinha na memória… Ou como deve ter passado pela cabeça de muitos de nós, tudo isso se trata de uma ilusão de Mephisto – é bem a cara daquele maldito torcedor do Internacional. Afinal, os novos poderes de Shalla-Bal podem comprovar que essa teoria é totalmente possível.
Por fim, a arte fantástica de Byrne, aqui no seu auge, ajuda em muito a elevar o nível dos roteiros de Stan Lee, que para a sorte de nós leitores, estavam muito próximos do trabalho que ele costumava manter na antiga série do Surfista Prateado. Sim, tanto o Surfista, quanto o Hulk (esse por apenas seis edições), ele escrevia muito bem.
Esse foi um belo conto da Marvel , ainda da época em que vira e mexe, se produziam trabalhos sem a necessidade de se colocar herói contra herói, ou matar de fato quem quer que seja, para que uma história fosse realmente imortal. Temos muitas referências históricas nesse especial, como a primeira aparição do Surfista nas páginas do Quarteto Fantástico de Lee & o rei Jack Kirby (#48-50) e a história clássica do ex arauto de Galactus, no FF #155-157, onde o Doutor Destino o ilude, para que lute contra o Quarteto, usando de uma duplicata de Shalla-Bal. Acabou=se então por determinar na cronologia oficial, de que essa “duplicata” agora foi na verdade a verdadeira, ex namorada do nobre Surfista, colocada lá sem suas memórias, por Mephisto.
John Byrne é o cara.
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Não sei quem é mais FDP no universo 616.Mephisto,Senhor Fantástico ou o Stan Lee !
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Ótimo texto como sempre, ó Tratador de Macacos! Adoro o fim desta aventura, pois me lembra de um conto de fadas da infância, vindo de um livro de minha irmã, chamado de A Princesa Boca de Rosas, que a medida que andava, fazia florescer as plantas ao redor.
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Eu sempre adorei essa história, HTV 70, não é? O Surfista voando num céu vermelho na capa. Enfim… Obrigado, Victor, por destruir uma lembrança tão boa. Nunca tinha parado de fato para pensar nessa história, mas de fato ela possui furos, como esse lance do Galactus e a idade da Shalla-Bal… E outras pequenas coisas que agora pensando passaram desapercebidas. Não é uma história para ser levada a sério, no sentido que a extensão de poder do surfista é gigantesca, sem falar que fica a questão do que realmente sobra quando Galactus devora um mundo. Sei lá… Quebrou o encanto 😀
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Pra quem nunca leu, esta e outras histórias memoráveis provam que o Surfista é o cara. 🙂
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YES! He is, Alex!!! 🙂 Tanto na Terra, como em Zenn-La ou até mesmo aí, no seu mundo, Kaplan!
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Byrne fez parte do meu começo nas hqs e surfista prateado sempre foi um personagem muito amado pelos fãns………….
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Que começo abençoado, amigo!!! 🙂
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Um dos melhores personagens da Marvel,o Surfista tem aqui uma de suas melhores histórias!No final,Shalla Bal usa seu recém adquirido poder Cósmico pra trazer o VERDE de volta ao planeta!Texto memorável,Veneravel!
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Viu, Verde? No final, você faz uma participação breve, porém importante!
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Ótima matéria,nos transportando pra essa sensacional aventura do Surfista Prateado(uma das minhas favoritas)!Valeu por relembrá-la,Venerável!
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E valeu ao Jack Kirby por criar esse maravilhoso personagem , que o safadinho do Stan Lee depois se amarrou.
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Maravilhosa essa história…Que nostalgia maravilhosa!!!
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Pois é, concordo!
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Me lembro dessa edição.
O surfista é um personagem que eu gosto muito e quando abordado por dois gênios da nona arte aí fica bom demais da conta.
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Exato, rapaz!
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Bons tempos, boas histórias… pareço um velho a falar? Acho que não. Uma boa história é imortal, 99% do que se faz agora no mainstream dos comics norte-americanos é simplesmente para fazer o que se faz a uma pastilha: mastiga-se e deita-se fora. Consumismo e imediatismo, lado a lado com a ansia do dolar fácil! (Veja-se o que está a acontecer com a Vertigo neste momento). O Dólar está a matar a qualidade!
Felizmente estas preciosidades continuam a fazer parte do nosso imaginário.
Foi uma grande dupla: Byrne e Lee!
Bom post Victor!
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Boas histórias nunca morrem, Elitista!
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Quem não ama o Surfista? Quem não curte Stan Lee? Quem em algum momento não curtiu alguma coisa que o John Byrne fez? Que combinação abençoada! 🙂
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Amém !!! 😉
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Então, Johnny, quer dizer que você prefere a qualidade Neil Gaiman? Gosto do surfistinha! É um dos meus personagens favoritos da Marvel. A sua invulnerabilidade, esquisitice e modéstia fizeram com que laços de afinidade fossem criados. Bem, essas histórias que são produzidas de forma mais discreta, geralmente, apresentam algo superior, algo distinto que pode consagrar tal história. Ótima matéria, como sempre. Abraço, macacão! rs
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Imagina só: Felipinho Prateado !!! 😉
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o surfista prateado ruleia!!! não sabia dessa historia, mas parece ser muito foda… john byrne tá crescendo no meu conceito!!!!!!
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O safado pode crescer mais, dependendo do que você ler dele, Johnny.
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Eu sempre fico lembrando do filme, que pelo que leio nas matérias, foi uma desgrama em vista dos quadrinhos, e fico pensando, pq não fizeram nada bom?
Enfim, bela matéria!
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Foi a Sony… Um dia, daqui há muito tempo, os direitos dos filmes voltam para a Marvel…
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Cara..se superou,de verdade,o Surfista é fantástico e um dos maiores heróis da MARVEL…obrigado O SANTUÁRIO POR ESTA INCRIVEL RESENHA.
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Obrigado pelas palavras, amigo “Espetacular”.
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Gosto muito do Surfista não, mais gosto das suas matérias elas são ótimas.
E agora que percebi o SANTUARIO ta de cara nova… Gostei.
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O site está se preparando para o Ano Novo! 😉
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Muito bom mesmo Irmão, bons tempos pra Marvel, hoje em dia, nem tanto néh kk
parabens amigo…
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Coisa boa de ler pelo menos uma vez na vida, Lucas!
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Ótimo texto, o Surfista é meu herói preferido dos quadrinhos, gosto da história do personagem! A arte do Byrne, não precisa nem falar que é fantástica!
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Essa foi uma fase muito boa do traço do canadense, Guy!
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Matéria show V³!!! Tu consegue nos levar para a história com essa belíssima narrativa. Parabéns!! bjosss
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Obrigado, moça!!!
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O Mephisto não vale nada, aliás não vale nem que alguém diga que ele não vale nada, ele é vermelho de ruim, que é. Essa é uma das três histórias do Surfista Prateado que mais adoro. Fora que o John Byrne estava em plena forma nessa época e o Stan Lee se dá muito bem escrevendo para esse personagem. Show de bola a matéria Venerável. Salve grande Norrin Radd ! Make mine Marvel!!!! 🙂
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Concordo, Fred! E também concordo que o velho Mephy (assim como o velho Lee) não valem nada.
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Uma grande historia pra fechar mesmo a serie do Surfista depois dela apenas em duas especiais são dignos de leitura, o especial do Moebius e a Graphic Novel com o Buscema.
Nela estao incluidas tudo o que nos maravilhava tanto na antiga serie com Lee/Buscema, altruísmo, sacrifício, amor impossível, amizade.
O único senão na minha opinião e o fato de que o arte-finalista conseguiu descaracterizar em muitos quadros a arte de John Byrne, ela aparece com toda a sua majestade apenas nos momentos de pagina inteira.
Nunca entendi porque não foi republicada, e no Brasil ela foi tesourada em apenas duas paginas (o que se tratando de editora Abril não é muito).
O original americano por se tratar de edição especial tem um papel e cor bacana.
Parabéns pela matéria excelentes colocações, só senti falta de um titulo mais bem humorado como sempre faz Sr Victor rsrsrsrs (talvez seja uma reverencia aos mestres que criaram essa perola).
Vlw meu amigo
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Porra cara, o Surfista tem MUITA história boa. Como fã do personagem, estou com uma seção no meu blog, e toda quarta falarei sobre uma história/fase diferente. Estreei a seção ontem, com um clássico que você talvez desconheça: Réquiem.
http://www.mrzdoinferno.com/surfista-prateado-requiem/
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Foi por causa da proximidade do meu aniversário, estava melancólico! 🙂
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Quando jovem e assíduo leitor das aventuras de super-heróis, o Surfista Prateado era quase como um desconhecido que me levava, sem que ele se apercebesse, na sua prancha pelo vasto negro do espaço. Lá ia eu, um corpo invisível na sua bela prancha, sentindo-me intimidado e esmagado pela imensidão escura e pontificada de luzes que é o infinito universo. Torcendo para que ele derrotasse aquela besta devoradora de mundos e tentando sentir no meu íntimo o que seria a terrível impossibilidade de rever a pessoa amada. Então passava ele de um desconhecido para ser alguém com quem conversamos partilhando uma mesma dor.
É aqui que nos damos conta de que a bd, meus amigos, não é apenas supérfluo papel.
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Obrigado pelo lindo depoimento, Carlos! 🙂
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Heróis da TV 70. Um marco nos quadrinhos do Brasil. Nunca uma publicação conseguiu chegar tão longe (mesmo com JP Martins e seus asceclas fazendo traduções meia-boca e mandando a tesoura em várias histórias prá adequar ao tanto que podia ser publicado). Infelizmente, esta história não foi republicada novamente (e olha que ela merece um umpgrade com a qualidade dos dias de hoje!!!!). Uma memória recente e recorrente que aqueles que passaram pela época terão sempre de forma carinhosa na memória. E a gente agradece ao venerável por desenterrar essas coisas do fundo do baú e nos lembrar que nós tivemos infância e ela foi maravilhosa!!
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Foi sim, amigo, foi muito maravilhosa!
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Eu me amarro no Mephisto, por causa do seu texto, Victor, fui pesquisar na net (tá…Wikipédia…) e descobri que ele foi criado numa edição da própria revista do Surfista, muito legal isso, nunca ia imaginar. Vivendo e aprendendo, mais uma vez, valeu a matéria!
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Depois o velho Mephy ganhou o mundo e a Marvel…. 😉
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Mais uma vez seus textos me fazem relembrar velhas histórias lidas em tempos idos… do tempo que eu realmente gostava da Marvel! Valeu por mais essa lembrança, Venerável Victor! E ótimo texto.
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🙂 Obrigado, caro sacerdote!
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sem duvidas um clássico ! parabéns 3v !
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🙂 Sem dúvida, Justino!
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Adorei o texto!E como não gostar de um personagem como o Surfista Prateado?!Sinto saudades dessas histórias,simples e cheias de magia(uma magia que as Editoras foram perdendo com o tempo,com Sagas confusas e chatas).No fim,Shalla Bal,carregada de energia Cósmica,refaz a vida do moribundo planeta Zenn La(se tornando praticamente uma Deusa).Essa aventura é,sem dúvida,um grande momento das HQs!
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Queria ver você Stark dar conta de trazer vida à Zenn-La! 🙂
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Ótimo texto VVV! Pretendo falar dessa HQ no futuro… acho a arte do Byrne perfeita para o personagem, e Stan Lee cuida muito bem dessa, que acredito eu, é a sua melhor e mais preciosa criação. Obviamente tem aqueles clássicos problemas da era de ouro/prata, mas nada que estrague essa história bacanuddíssima!
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O Stan Lee fica a vontade com esse personagem, assim como o Capitão América, Doutor Estranho e os primeiros seis números do Hulk… Outros personagens dele, nem tanto.
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EDITORIAL SANTUÁRIO:
Segunda – All New X-men #2
Terça – Mulher Maravilha
Quarta – Arrow episódio #4
Quinta – Surfista Prateado
Sexta – Homem Animal de Jeff Lemire
Sábado – O Quarto Mundo de Jack Kirby

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